domingo, 14 de julho de 2013

Cursos online Gratuitos do Albert Einsten

Por Márcio Clébio do sítio Albert Einsten

Acabo de descobrir que há dois meses o Hospital Albert Einsten, que já vem liderando a área de Educação Permanente, lançou o projeto Cursos On-line Gratuitos, no objetivo de tornar acessível e prática de revisar temas importantes do cotidiano médico, da enfermagem e da equipe multiprofissional.

Já são mais de 20 cursos disponíveis de curta e média duração, atendendo a uma demanda diversificada de alunos e profissionais da área, que pelo que pude ver, ao final de alguns deles recebe-se certificado de participação.

Como funciona? Parece ser simples:

Basta fazer o seu cadastro AQUI no  Sítio do Hospital Israelita Albert Einsten - Cursos de Atualização e escolher um curso. As aulas estão disponíveis somente através do site do Einsten.

Veja o vídeo: Cursos Abertos: Novas Formas de Aprender e Ensinar


O ritual do esperneio - A sensata ironia de João Ubaldo Ribeiro


Por João Ubaldo Ribeiro, no sítio O Estado de S.Paulo - 14/07

Pode ser que, diante da rápida sucessão de acontecimentos notáveis que temos testemunhado, meu assunto deste domingo já haja caducado, apesar da importância que lhe deram. Tudo agora é soterrado num passado cada vez mais próximo do presente e o famoso de hoje é o anônimo de amanhã, assim como a novidade tecnológica já sai obsoleta das prateleiras e as modas passam antes mesmo de pegar de todo. Nas últimas semanas, a velocidade de certos eventos chega a ser atordoante, para quem está, por exemplo, acostumado ao ritmo quelônio do Congresso Nacional e seu toque de bola no meio do campo, sem nunca chegar ao gol, mesmo porque o bicho já está garantido, quer haja gol, quer não haja. Até a renomada semana de três dias foi pressurosamente esquecida, uma coisa em que a gente só acredita porque viu na televisão.

A despeito disso, talvez alguém ainda lembre todo o alarido em torno da espionagem americana, na internet e nas comunicações por satélite. Embora certamente venha a sair das manchetes em breve, deve permanecer por aí ainda algum tempo, porque há todo um ritual a cumprir, uma coreografia de aparente complexidade, mas na verdade bastante simples. Consiste, basicamente, em fazer declarações e assumir posturas que todo mundo sabe serem inócuas, hipócritas, mentirosas ou tudo isto junto. Como existem, de uma forma ou de outra, precedentes para esse tipo de situação, já está disponível um estoque de reações mais ou menos padronizadas. Não há um só dos diretamente envolvidos que não saiba tratar-se de uma encenação, mas ela é levada adiante. Faz parte, imagino eu, do que muitos consideram ridículo, na condição humana.

Os protestos dos atingidos são feitos em discursos, pronunciamentos à imprensa e solenes reações diplomáticas. O fingimento começa em agir-se como se a espionagem tivesse sido inventada ontem e apenas os americanos a praticassem. É provável que a espionagem americana seja a mais bem aparelhada e a mais universal, mas as outras potências também espionam, embora, na hora da reclamação, isso seja deixado de lado, por complicar demais a coreografia. As médias e pequenas potências, as impotências e as miuçalhas também espionam o que podem, às vezes bem mais do que se concebe ou se teme. E a espionagem, inclusive comercial e industrial, sempre rolou solta.

O segundo fingimento é o de que fazer discursos e pronunciamentos adianta alguma coisa. Não adianta nada e ninguém ignora isso, mas, a depender das circunstâncias, podem ser feitos discursos inflamados e até cheios de xingamentos, pode-se bradar em defesa da soberania nacional e pode-se recorrer a organismos internacionais. Uma queixa na ONU, outra na OEA, outra aqui, outra acolá. E daí? De novo, todo mundo sabe que não vai dar em nada, mas essa parte do baile é aplicadamente dançada, entre vozes graves, cenhos franzidos e feições aguerridas. Ninguém esquece que os Estados Unidos não estão perguntando "não gostou, vai encarar?", mas estão pensando; sempre pensam - e é natural, ponhamo-nos honestamente no lugar dos americanos.

Segue outra parte da função. O espião nega que espionou e há quem respire aliviado. Mas acaso algum espião, ou patrocinador de espiões, admitiria espionar? Negar parece parte inerente dessa milenar atividade. Em seguida, vem um ato complementar, às vezes contrito, em que o espião faz que está aflitíssimo e morto de preocupação por causa das reclamações, pronunciamentos e recursos diplomáticos. Pede que desculpem qualquer coisa, diz que seu coração é todo do espionado, põe-se à disposição para explicações, convida para jantar, renova juras de amor eterno e, naturalmente, continua a espionar, só que com as cautelas ensinadas pela experiência. E todos os que podem continuam a espionar uns aos outros da melhor e mais disfarçada forma possível.

A não estou chamando ninguém de mentiroso, só estou pensando, pensar não ofende. Da mesma forma que os espiões negam espionar, ter espionado ou querer espionar, as grandes empresas americanas da internet, notadamente sites de busca, redes sociais e serviços de e-mail "gratuitos", nunca iriam confessar a transferência de dados a seu governo. Essas empresas fornecem serviços que o usuário otário acha que são de graça, mas são em troca de um volume de informações valiosíssimo. Somente os cruzamentos de dados estatísticos que elas podem fazer num piscar de olhos lhes dão um poder inestimável, pois é espantosa e aumenta a cada dia a quantidade de dados pessoais que entra na internet, geralmente fornecidos voluntária e até sofregamente pelos alvos de espionagem. Essas grandes empresas sabem qualquer coisa - como, para fazer uma gracinha, embora seja também uma possibilidade concreta, as identidades dos carecas míopes que residem em Copacabana em apartamentos de dois quartos e bebem cerveja no fim de semana. O governo americano sabe que eles sabem tudo isso e muito mais. Então, Deus que perdoe os que mal pensam, mas dá vontade de dizer a essas empresas "mordam aqui".

Não é à toa que os americanos querem pegar Edward Snowden, o autor das denúncias de espionagem. Não creio que isso acontecesse agora, mas ao longo de sua história, já enforcaram muitos que foram julgados traidores e na Guerra Fria torraram outros na cadeira elétrica, além de hoje manterem gente encarcerada e torturada sem julgamento ou culpa formada, eles não brincam muito em serviço. Não se enforca uma empresa e é óbvio que ela não quer ser traidora da pátria, não há dinheiro nem futuro nisso. Se estão decididos a encaçapar Snowden, pensem no prejuízo que uma empresa recalcitrante sofreria. Nada de básico, na espionagem reinante, foi ou será alterado, a não ser para aperfeiçoá-la. E além disso, a privacidade já morreu e não sabe, nada mais é segredo. Mas podemos continuar a espernear, por enquanto.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Ecstasy conquista uma nova roupagem e um novo público


The New York Times
Uma droga conhecida como Molly conquistou uma nova geração de profissionais conscienciosos que jamais viraram a noite dançando e costumam fazer escolhas cuidadosas quanto a sua comida, seu café e suas roupas. Mas a Molly não é exatamente nova.

Conhecida por causar sentimentos de euforia e por reduzir a ansiedade, ela era conhecida como ecstasy, ou MDMA, nos anos 1980, quando foi rapidamente adotada por operadores de Wall Street e outros frequentadores da vida noturna de Nova York.
Mas, com o crescimento da demanda, cresceu também o uso de adulterantes em cada pílula -cafeína, anfetamina, efedrina, cetamina, LSD, talco e aspirina. Quando chegou o novo milênio, a reputação da droga já estava abalada.
Depois, em algum momento da década passada, ela retornou às casas noturnas sob o nome "Molly" e foi apresentada como uma versão cristalina e em pó do MDMA: pura e segura.
Uma mulher de 26 anos chamada Elliott, que trabalha com cinema, levou Molly alguns meses atrás ao apartamento de um amigo, de onde eles saíram para jantar no Souen -um popular restaurante macrobiótico, natural e orgânico do East Village- e em seguida foram dançar. "As drogas sempre me apavoraram um pouco", diz. "Mas estava curiosa quanto a Molly, que as pessoas dizem ser uma droga pura e divertida."
"Eu provavelmente estou sendo ingênua", disse, "mas senti que não estava colocando tantos produtos químicos no meu corpo".
Robert Glatter, médico no pronto-socorro do hospital Lenox Hill, em Nova York, discorda. O Dr. Glatter costumava passar meses sem ouvir sobre o uso de Molly, mas agora recebe cerca de quatro pacientes ao mês exibindo os efeitos colaterais usuais da droga: o ranger dos dentes, a desidratação, a ansiedade, a insônia, a febre e a perda de apetite.
Sintomas colaterais mais perigosos incluem hipertermia, convulsões incontroláveis, alta pressão sanguínea e depressão causada pela queda súbita dos níveis de serotonina nos dias posteriores ao uso da droga, um efeito apelidado de "terça-feira suicida".
"No passado, os pacientes eram os jovens das raves, mas agora recebemos cada vez mais pessoas na casa dos 30 e dos 40 anos que decidiram experimentar a droga", disse o Dr. Glatter.
Muita gente atribui o ressurgimento do ecstasy ao retorno da electronic dance music, que infiltrou o som de cantoras pop como Rihanna, Kesha e Kate Perry. No Ultra Music Festival, em Miami, no ano passado, Madonna foi criticada por perguntar ao público: "Quantas pessoas por aqui conhecem a Molly?". Ela disse mais tarde que estava falando de uma amiga, não da droga.
Nos últimos meses, os rappers também adotaram a droga, com referências a Molly em suas letras. Rick Ross recentemente teve seu contrato publicitário com a Reebok cancelado depois de um rap no qual falava que havia misturado a droga à bebida de uma mulher sem que ela soubesse.
John Amis - 29.set.2012/Associated Press
Rick Ross, um dos mais famosos Rappers atuais, se apresentou em Atlanta, nos Estado Unidos
Rick Ross, um dos mais famosos Rappers atuais, em apresentação na cidade de Atlanta, Estado Unidos, antes de ter o contrato cancelado
As pessoas que gostam de Molly, cujo preço varia de US$ 20 a US$ 50 por dose, dizem que ela é uma droga socialmente mais aceitável que a cocaína, por não causar vício físico. Cat Marnell, 30, antiga diretora de beleza da xoJane.com, que recentemente vendeu à editora Simon & Schuster um livro que fala de seu vício em drogas, supostamente por US$ 500 mil, disse que "a Molly está na moda". Em referência à maconha e à cocaína, ela diz que "a cocaína é meio suja e antiquada. Já a maconha tem cheiro forte e, por ser barata, tem jeito adolescente".
Mas Marnell rejeita a imagem reformada do MDMA, dizendo que a Molly "continua a ser uma droga pesada", O MDMA, o metilenodioximetanfetamina, foi patenteado pelo laboratório farmacêutico Merck em 1914 e não atraiu muita atenção antes dos anos 1970, quando psicoterapeutas começaram a tratar pacientes com ele para convencê-los a falar mais de seus problemas.
A droga chegou às casas noturnas de Nova York no final dos anos 80 e no começo dos 90 havia se tornado a droga preferida das raves. Para alguns, a Molly continua a ser uma substância mais respeitável que outras drogas. "Creio que as pessoas hoje sejam mais conscientes de onde a cocaína vem e do que ela causa naqueles países", diz Sarah Nicole Prickett, 27, que escreve para os sites Vice e New Inquiry. Ela define a cocaína como "uma droga sangrenta" e caracteriza a Molly como "pura, divertida e de agradável sensação".
Rusty Payne, da Agência de Combate às Drogas (DEA) norte-americana, diz que boa parte do MDMA vendido nos Estados Unidos vem do Canadá e da Holanda.
Prickett, que se mudou de Toronto para Nova York no ano passado, diz que compreende por que a droga ganhou popularidade na cidade. "Minha impressão de Nova York era a de que todo mundo usava drogas no trabalho e todo mundo usava anfetaminas", diz. "Já a Molly causa uma sensação de espontaneidade, o que é um sentimento incomum em Nova York".

sábado, 29 de junho de 2013

Uma camiseta das FARC'S na guerra de rua em Fortaleza.

Por Reinaldo Azevedo no sítio Veja.com
Vejam ali a camiseta do fortão que, com o rosto coberto, usa um estilingue para atingir policiais no Ceará.
O símbolo que traz no peito é o das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Sim, há pessoas no Brasil — e não me estranha que ele esteja no protesto — que envergam camisas de narcoterroristas.
Moleques hoje, que eu saiba, não brincam mais de estilingue, coisas do meu tempo, do meu interior. Sei que não era muito bonito, mas o fato é que a gente matava passarinho. Hoje, quando eles começam a cantar antes das 5 da matina, penso em estilingues, confesso… Deus me livre! Hoje em dia, iria todo mundo para a Fundação Casa, acho. E teriam menos pena da gente do que dessas “vítimas da sociedade” que põem fogo em gente… É que passarinho não aquece o planeta. Um estilingue pode provocar um ferimento muito grave com pedra ou bola de gude — que, pra mim, continua a ser “fubeca”. Sim, a depender do caso, pode ser uma arma letal.

Nada de errado, não é?, em usar a camiseta das Farc por aqui! Afinal, o governo petista não considera terroristas aqueles valentes. Lembro-me até de que Lula chegou a dar uns conselhos aos companheiros: deveriam fazer como o PT e disputar eleições. Como esquecer que Dilma Rousseff, quando chefe da Casa Civil, requisitou para trabalhar em Brasília, no Ministério da Pesca, a mulher do terrorista conhecido como Padre Medina, que está refugiado em Banânia? Numa democracia convencional, dar-se-ia um jeito de achar esse rapaz para que ele se explicasse… Mas quê! Se Dilma não teve de se explicar, por que ele teria?

VEREADORES DO PT E PSOL PAGAM FIANÇA EM DELEGACIA DE FORTALEZA PARA LIBERTAR AGITADORES PRESOS EM PROTESTO

Por Aluízio Amorim no sítio BlogDoAmorim
Vereador Ronivaldo Maia (PT) de Fortaleza, acima, chega a delegacia para pagar a fiança que libertou os agitadores presos nos protestos na capital cearense, enquanto o vereador João Alberto, do PSOL, conversa com os vândalos. Abaixo o carro da TV Jangadeiro teve os vidros destruídos a pauladas pelos agitadores. (Fotos de Tobias Saldanha)
Aos poucos as manifestações de protesto vão revelando alguns episódios que podem esclarecer de onde parte o vandalismo, com depredações do patrimônio público e privado. O jornalista Roberto Moreira, do Diário do Nordeste de Fortaleza, informa em seu blog que o conhecido vereador Ronivaldo Maia, do PT da capital cearense, confirmou que fez o pagamento de quatro fianças para liberar manifestantes presos pela polícia por vandalismo durante ato de protesto na Avenida Dedé Brasil, em Fortaleza ocorrido antes e durante o jogo Espanha x Itália.
Acompanhava o vereador Ronivaldo Maia (PT) no 16º Distrito Policial, no Dias Macedo, onde estavam detidos os vândalos, o vereador João Alfredo (PSOL). 
Segundo informa o jornalista Roberto Moreira em seu blog, o vereador petista Ronivaldo Maia disse que o pagamento da fiança que libertou os agitadores, foi em solidariedade aos manifestantes. O parlamentar afirmou que foi acertado que haveria uma cota entre alguns vereadores para reembolsar o que fora pago por ele.
fotógrafo Tobias Saldanha, autor das fotos, liberou para o blog a foto do carro da TV Jangadeiro, que foi atacado pelos vândalos enquanto fazia a cobertura do protesto.
O ataque a viaturas e equipamentos de empresas jornalísticas e televisivas tornaram-se constantes nessas manifestações que vêm ocorrendo em todo o Brasil, fato que denota o ódio dos baderneiros em relação à imprensa.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Carta aberta aos médicos e à população brasileira

A SAÚDE PÚBLICA E A VERGONHA NACIONAL

Há alguns anos, a presidente Dilma Rousseff foi vítima de grave problema de saúde. O tratamento aconteceu em centros de excelência do país e sob a supervisão de homens e mulheres capacitados em escolas médicas brasileiras. O povo quer acesso ao mesmo e não quer ser tratado como cidadão de segunda categoria, tratado por médicos com formação duvidosa e em instalações precárias.

Por isso, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Nacional dos Médicos Residentes (AMNR), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) manifestam publicamente seu repúdio e extrema preocupação com o anúncio de “trazer de imediato milhares de médicos do exterior”, feito nesta sexta-feira (21), durante pronunciamento em cadeia de rádio e TV.

O caminho trilhado é de alto risco e simboliza uma vergonha nacional. Ele expõe a população, sobretudo a parcela mais vulnerável e carente, à ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente comprovados. Além disso, tem valor inócuo, paliativo, populista e esconde os reais problemas que afetam o Sistema Único de Saúde (SUS).

Será que os “médicos importados” - sem qualquer critério de avaliação ou com diplomas validados com regras duvidosas - compensarão a falta de leitos, de medicamentos, as ambulâncias paradas por falta de combustível, as infiltrações nas paredes e as goteiras nos hospitais? Onde estão as medidas para dotar os serviços de infraestrutura e de recursos humanos valorizados? Qual o destino dos R$ 17 bilhões do orçamento do Governo Federal para a saúde que não foram aplicados como deveriam, em 2012? Porque vetaram artigos da Emenda Constitucional 29, que se tivesse colocada em prática teria permitido uma revolução na saúde?

Os protestos não pedem “médicos estrangeiros”, mas um SUS público, integral, gratuito, de qualidade e acessível a todos. É preciso reconhecer que é a falta de investimentos e a gestão incompetente desse sistema que afastam os médicos brasileiros do interior e da rede pública, agravando Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), os Governos de países com economias mais frágeis investem mais que o Brasil no setor. Na Argentina, o percentual de aplicação fica em 66%. No Brasil, esbarra em 47%. O apelo desesperado das ruas é por mais investimentos do Estado em saúde. É assim que o Brasil terá a saúde e os “hospitais padrão Fifa”, exigidos pela população, e não com a “importação de médicos”.

A AMB, o CFM e a Fenam – assim como outras entidades e instituições, os 400 mil médicos brasileiros e a população conscientes da fragilidade da proposta de “importação” – não admitirão que se coloque em risco o futuro de um modelo enraizado na nossa Constituição e a vida de nossos cidadãos. Para tanto, tomarão tomas as medidas possíveis, inclusive jurídicas, para assegurar o Estado Democrático de Direito no país, com base na dignidade humana.

ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA (AMB)
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS RESIDENTES (AMNR)
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM)
FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS (FENAM)


terça-feira, 16 de abril de 2013

Países menos visitados no mundo

(Clique no nome do país para ter acesso à fotos e mais informações.)
Por Gunnar Garfors no sítio da ONU.

A lista dos países menos visitados do mundo foi preparada por Gunnar Garfors, com base nos dados fornecidos pela Organização Mundial do Turismo, agência da ONU. O viajante, que já esteve em todos os continentes, publicou a lista no seu site.

1 - Nauru (200 turistas estrangeiros por ano): a menor república do planeta (21 quilômetros quadrados) não tem atrativos. Mesmo assim, requer visto de entrada e quase não há embaixadas de Nauru pelo mundo. Difícil, muito difícil.

2 - Somália (500): guerra civil, ausência de governo, extremistas islâmicos, extrema pobreza... A reputação é péssima. E o risco de sequestro é altíssimo.

3 - Tuvalu (1 mil): as rotas aéreas desconhecem esse arquipélago do Pacífico. Só uma empresa aterrisa e decola de lá.

4 - Kiribati (4,7 mil): poucos já ouviram falar do país. E parece que as empresas aéreas também.

5 - Ilhas Marshall (5 mil): 0 exorbitante preço das passagens aéreas assustam. Além disso, o aquecimento global volta e meia ameaça varrer o arquipélago do mapa.

6 - Guiné Equatorial (6 mil): obter o visto no único país que fala espanhol na África é um parto. Mas americanos não precisam dele. E nem por isso dão as caras.

7 - Turcomenistão (7 mil): o país tem reputação de rivalizar em termos de esquisitices com a Coreia do Norte. Precisa dizer mais?

8 - São Tomé e Príncipe (8 mil): nação pouco acessível, apesar de natureza exuberante.

9 - Comores (15 mil): o país do Índico sofre com malária e escassez de ofertas de voos.

10 - Afeganistão (17,5 mil): a guerra ainda não acabou. E ainda há de se considerar o Talibã.

11 - Ilhas Salomão (23 mil): o país não é tão famoso quanto os seus vizinhos no Pacífico. E o patinho feio ainda é considerado mais caro que os concorrentes.

12 - Micronésia (26 mil): muito distante e desconhecida da maioria da população mundial. Apenas uma empresa aérea opera no arquipélago do pacífico.

13 - Mauritânia (29 mil): Os atrativos da nação africana são areia e nômades. Você se empolgou?

14 - Guiné Bissau (30 mil): o país africano tem péssima infraestrutura e é ignorado por empresas aéreas.

15 - Líbia (34 mil): o fim do regime de Muamar Kadafi não significou da noite para o dia que o país do Norte da África se tornou atraente para turistas.

16 - Coreia do Norte (35 mil): justificativa desnecessária em se tratando de um dos países mais fechados do mundo. Apesar disso o ex-astro do basquete americano Dennis Rodman recentemente pareceu se divertir por lá. As recentes tensões com os vizinhos do Sul e os EUA devem ajudar a pôr o país comunista em uma posição pior no próximo ranking.

17 - Butão (37 mil): O processo para a concessão de visto é bem complicado. Caso você consiga, o governo exige que passe todo o tempo com um guia local. Ou seja: nada recomendado para viagem de lua de mel.

18 - Timor Leste (40 mil): a ex-colônia portuguesa na no Sudeste Asiático ainda se recupera de um recente conflito pela independência e não é sinônimo de segurança para os viajantes.

19 - Tonga (45 mil): arquipélago isolado no meio do Pacífico.

20 - Serra Leoa (52 mil): "Você já ouviu alguma coisa boa sobre esse país?", pergunta Gunnar. A violência desenfreada assusta tremendamente, mas o país tem belas praias.

21 - Djibouti (53 mil): o país da África é muito seco e sujo.

22 - Liechtenstein (53 mil): o minúsculo país europeu não tem aeroporto e ainda conta com a concorrência turística "desleal" das vizinhas Suíça e Áustria. A maior parte dos visitantes é formada por empresários ávidos pelas vantagens desse paraíso fiscal.

23 - República Centro-Africana (54 mil): um dos países mais pobres da África não tem cartões postais. E ainda sofre com seguidas e sangrentas crises políticas. A mais recente estourou no fim do ano passado e ainda não chegou ao fim. Turistas, principalmente franceses, fugiram do país em convulsão.

24 - Chade (71 mil): o país africano é desértico e sofre com instabilidade política.

25 - Dominica (73 mil): a ilha no Caribe só tem um aeroporto, que só comporta pequenas aeronaves.

Os países mais visitados: França (79,5 milhões), EUA (62,3 milhões), China (57,6 milhões), Espanha (56,7 milhões) e Itália (46,1 milhões).

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Dez falhas que um líder nunca deve cometer.

Por Jenna Goudreau, da Forbes No sítio Administradores.com

De acordo com um estudo que avaliou quatro mil profissionais formados e 268 executivos seniores, para ser promovido o funcionário deve ser visto como um líder em potencial. Isso exige "presença executiva", habilidade de comunicação e boa aparência. Essas características são importantes, mas não impedem os deméritos provenientes de pequenos deslizes. A pesquisa mostrou quais os 10 erros de comunicação que podem atrapalhar a sua promoção.


1. Comentários racistas
Para 72% dos executivos que responderam a pesquisa, fazer comentários de cunho racista é o maior tropeço para carreira. Esse comportamento ofensivo revela um julgamento pobre e inteligência emocional fraca.


2. Piadas inapropriadas
Apesar da importância de se ter um bom senso de humor, fazer piadas inapropriadas pode deixar os colegas constrangidos, além de mostrar a falta de habilidade de se encaixar no ambiente de trabalho. Por outro lado, 61% dos entrevistados responderam que aqueles que conseguem adaptar a linguagem, tom e conteúdo e ainda assim serem engraçados tem mais condições de avançar.


3. Chorar
Mesmo que seja por um motivo justo, lágrimas no local de trabalho não mostram seu potencial para liderança, principalmente se você é homem. Se 59% dos executivos acham que chorar é feio para uma mulher, em relação aos homens esse número sobe para 63%. "Você tem que saber controlar suas emoções", afirmou um dos executivos.


4. Mostrar ignorância
Executivos afirmam que é importante que os líderes apresentem seriedade e sejam intelectuais. Porém, a falta de educação ou a simples ignorância podem destruir suas chances de ascensão na carreira.


5. Falar palavrões e resmungar
Resmungar é uma atitude ruim para ambos os gêneros, mostra falta de profissionalismo e não cai bem a um líder. Também configura como o maior erro online, que já é um campo minado da comunicação.


6. Paquerar
Embora alguns acreditem que paquerar é algo natural em escritórios, metade dos executivos afirmaram que não é apropriado e pode afetar sua reputação profissional, seja você homem ou mulher.


7. Se coçar
Além de perturbar, causa distração. Os pesquisadores afirmam que essa inquietação diminui sua "presença executiva". Brincar com a roupa ou com celular durante as reuniões também faz com que você pareça não estar prestando atenção.

8. Evitar contato visual
Especialistas em linguagem corporal, dizem que se você evita contato visual é porque tem algo a esconder ou está mentindo. Enquanto olhar diretamente para as pessoas demonstra interesse no que elas estão falando, evitar esse contato parece que você não está escutando.


9. Falta de coerência
Se você não conseguir manter sua mensagem sucinta e coerente, nem mostrará que está no controle. Também enfraquecerá os pontos de impacto e os pontos que deseja passar. "Você deve entender o poder do silêncio", afirmou a executiva do Bank of America, Sallie Krawcheck. "


10. Excesso de risadinhas e falar com histeria
Líderes dizem que as "risadinhas" são piores para mulheres, enquanto a histeria é um problema nos homens. Uma risada apropriada e um tom de voz adequado são os maiores indicadores de seriedade. 

quinta-feira, 21 de março de 2013

O Marketing negativo quando é abençoado por deus, é obra do diabo.

Por William de Lucca no sítio @delucca

Na tentativa desesperada de alguns detratores dos direitos LGBT em desqualificar toda uma gama de pessoas que tem em comum apenas seus afetos dissonantes da sociedade heteronormativa, vale qualquer arma. Alguns preferem a velha e boa torção de declarações alheias, como dizer que um deputado ‘fere o estado laico’, ao dizer, em entrevista, que foi eleito pelos Orixás. Outros usam a mentira mesmo, atribuindo declarações que nunca foram feitas, criando pretensões nunca aspiradas pelos movimentos sociais e fazendo leituras tortas dos artigos de leis que garantem a cidadania de minorias. Mas uma categoria bem específica de homofóbico é o que tenta atribuir a homossexualidade características, delitos e estereótipos que em nada tem a ver com a sexualidade em si.

Durante este semana, alguns perfiis conhecidos de fundamentalistas religiosos nas redes sociais fizeram um esforço para tentar ligar a orientação sexual de um casal gay ao fato deste casal ser suspeito de ter agredido e torturado o filho adotivo, de cinco anos. Exceto em casos de agressão motivada por orientação sexual ou identidade de gênero, nenhuma destas características é relevante para o contexto de matérias jornalísticas, e é neste ponto que grande parte da imprensa colabora com o reforço de estereótipos negativos de homossexuais.

Ora, o que a orientação sexual do casal colabora no contexto da reportagem? O mesmo tipo de agressão e violência doméstica contra crianças não acontece com casais heteros cotidianamente? Dizer que o casal adotivo da criança tem alguma outra função no texto, além de tentar reforçar os estereótipos de que casais homossexuais são menos capazes de criiar crianças do que casais heterossexuais? Se tivesse, outras centenas de matérias sobre abuso sexual ou violência contra crianças também deveria deixar claro, no título, que os agressores tratam-se de heterossexuais.

Munidos de matérias que enfatizam a orientação sexual de agressores de crianhças, homofóbicos de toda sorte ecoam a elação óbvia que a imprensa entrega mastigada: a criança só foi agredida porque o casal era gay, ignorando o número assustadoramente maior de heterossexuais que comentem o mesmo crime.
O problema desta relação preconceituosa, além de ser falsa, é que ela abre o precedente para que possamos fazer o mesmo tipo de correlação a crimes cometidos por pastores, por exemplo. Posso dizer que todos os evangélicos são pedófilos porque alguns pastores abusaram sexualmente de jovens (Olhe: aquiaqui, e aqui )? Ou posso então afirmar que pastores evangélicos são moralmente inferiores, já que alguns deles (Olhe: aqui, aqui e aqui) cometeram crimes? Devo julgar todos os pastores da mesma forma que um acusado de estelionato, de usar mandato público em detrimento de sua igreja e por pedir a senha do cartão de crédito de um fiel? Por motivos óbvios, claro que não!

Homens, mulheres, brancos negros, indígenas, gays, travestis, heteros, cristãos, muçulmanos, umbandistas, jornalistas, psicólogos, médicos, pastores, jovens e idosos cometem crimes, mas o simples fato de pertencer a um destes grupos ou a qualquer outro não é um fator relevante para alguém cometer um crime. Não há determinismo em um crime, mas sim uma série de fatores diferentes que antecedem a sua execução.

Tentar usar qualquer característica de um criminoso como fator determinante para o crime em si serviu para discriminar negros, indígenas, religiões minoritárias, nordestinos, ciganos, moradores dos subúrbios e das favelas, além de homossexuais, e para justificar qualquer violência contra esses grupos, como negar direitos e cidadania. São preconceitos abjetos como estes que criaram estereótipos deformados, e que escavaram ainda mais o abismo entre as minorias e o resto da sociedade no Brasil. Cabe a todos nós tapar este abismo com dignidade, humanidade e verdade.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Se o Hugo Chavéz tivesse se tratado no Brasil ou nos EUA ainda estaria vivo.

Por Reinaldo Azevedo no sítio Veja.com

Pobre Venezuela!

Dá para saber quando um destino cruel aguarda um povo. Destino? Trata-se, na verdade, de uma construção. Desgraçadamente, a resposta que o país encontrou para uma elite dirigente que entrou em falência foi o chavismo, um misto de banditismo político com delírio ideológico retrô. É evidente que sérias turbulências virão pela frente porque o modo de governo inventado por Hugo Chávez, que morreu nesta terça, só funcionava com o carisma do caudilho. Agora morto, os gângsteres que o cercavam iniciarão a luta intestina pelo poder — ainda que a imagem do mártir garanta ao menos mais uma eleição para a turma. A questão é que, em breve, mais de um poderá dar murro na mesa.

É patético! É melancólico! É triste!

Imaginem quão sem saída está um regime obrigado a inventar uma conspiração, que estaria na origem da doença que matou o líder. Nicolás Maduro sugere, em sua fala, que o câncer do comandante foi obra dos EUA. Ninguém sabe ao certo o mal que acometeu o ditador. Uma coisa é evidente: Cuba não era o melhor lugar para ele se tratar. É aí que se percebe que o bandido farsante obrigou-se a ser, ao menos, verossimilhante.

Entendam o que estou querendo dizer: neste particular ao menos, Chávez foi mais burro e mais fiel ao credo que proclamava do que Lula, por exemplo — que fez muito bem, lógico!, em se tratar no Sírio-Libanês. O Apedeuta é infinitamente mais inteligente do que era o bandoleiro de Caracas e faz da incoerência uma arma política. Ele não foi se tratar via SUS — que, segundo chegou a dizer, estava “perto da perfeição”. Escolheu um hospital de ponta e proclamou: todos deveriam ter direito àquele tratamento especializado.

Pouco importa o tipo de câncer de Chávez, suas chances teriam sido evidentemente maiores no Brasil, nos EUA e em alguns países europeus. Mas isso, para a sua mística, seria entendido como uma espécie de rendição. Médicos brasileiros e um grande hospital chegaram a ser sondados. O ditador queria, no entanto, a garantia de que poderia ter aqui a cortina de silêncio que lhe foi assegurada em Cuba. Ao saber que não seria possível porque a democracia brasileira não permite, restava-lhe escolher, deixem-me ver, entre Cuba e a Coreia do Norte…

Boa parte de seu padecimento, que certamente não foi pequeno, se deve ao fato de que resolveu levar adiante a sua farsa. Não aprendeu as artes de Lula, que jamais é refém da própria palavra. Muito pelo contrário: a cada vez que ele joga no lixo o que disse antes para afirmar o contrário, proclama a própria inteligência, a própria esperteza.

Em lugar de Chávez, o Apedeuta se trataria, como se tratou, num hospital de ponta e ainda diria:
“Eles (*) acham que um metalúrgico não pode ter hospital de rico. Mas eu quer dizer que, nestepaiz, um dia, todo mundo vai se tratar no Sírio-Libanês. E vai ser tudo pelo SUS. Eu acho de que (!) as elites brasileiras precisam aprender que o trabalhador tem direito também a essas máquinas caras…. “

E todos aplaudiriam. A Marilena Chaui mesmo ficaria extasiada: “Olhem! Parece a deusa Métis falando; quando Lula fala, o mundo se ilumina!”. O nosso Apedeuta tem um lado macunaímico. Se lhe derem folga, “brinca” (este verbo terá sentido pleno para quem leu o livro) até durante o expedietne. Mas não se deve toma-lo por tolo. Sabe ser calculista e autoritário se preciso, e o país, institucionalmente, regrediu muito sob o seu comando e/ou orientação.

Lula não traz consigo aquela mística da “sangre” da América espanhola, do “resistiremos até o último homem”. Enquanto permitirem que ele avance, ele vai — se ninguém reclamar, chega à ditadura. Se a coisa começar, no entanto, a se complicar demais, ele dá um jeito de chupar balas Juquinha… A fidelidade à própria farsa obrigou Chávez a experimentar o fel.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Ciência no Brasil

Mais um desafio da medicina e da neurociência:


Por: Agence France Presse, no sítio AFP

Ao criar o que foi descrito como um “supercérebro” de mentes conectadas, o cientista brasileiro Dr. Miguel Nicolelis afirmou hoje que conseguiu fazer com que um rato ajudasse outro companheiro roedor, embora os animais estivessem em continentes diferentes, conectados através de eletrodos cerebrais.

Com eletrodos instalados em seu córtex, um rato em um instituto de pesquisa da cidade de Natal enviou sinais via internet para outro roedor de um laboratório de uma universidade em Durham, na Carolina do Norte, ajudando o segundo animal a obter uma recompensa. A façanha abre a perspectiva de conectar os cérebros entre os animais para criar um “computador biológico”, afirmou o neurobiólogo. Isso também é uma ferramenta na missão de capacitar pacientes que sofrem de paralisia ou de síndrome de encarceramento, explicou. “Estabelecemos uma ligação funcional entre dois cérebros. Criamos um supercérebro que compreende dois cérebros”, disse Nicolelis em entrevista por telefone à AFP.

Com sua pesquisa publicada na revista Scientific Reports, a equipe de Nicolelis forneceu um treinamento básico para ratos com sede, que precisaram reconhecer luzes e operar uma alavanca para receber uma recompensa de água. Eles, então, implantaram eletrodos ultrafinos nos cérebros dos ratos, que estavam ligados por um cabo a um computador. Em um tanque de vidro em Natal, o primeiro rato foi o “codificador”, e seu cérebro enviava um fluxo de impulsos elétricos conforme ele descobria os truques para obter a recompensa.

Os impulsos foram enviados em tempo real para o córtex do segundo rato, o “decodificador”, que estava diante da mesma situação em um tanque na Carolina do Norte. Com estas sugestões de seu camarada, o rato decodificador descobriu rapidamente como obter a recompensa. “Os dois animais colaboraram para resolver uma tarefa juntos”, ressaltou o pesquisador.

O que o segundo rato recebeu não foram pensamentos, nem mesmo imagens, disse Nicolelis. Quando o rato codificador conseguiu cumprir várias tarefas, os picos dos sinais em seu cérebro foram transcritos para um padrão intrigante de sinais eletrônicos, que foram recebidos pelo rato decodificador.

Depois que o rato descobriu a utilidade destes padrões, eles se incorporaram ao seu processamento visual e tátil. “O segundo rato aprende a reconhecer um padrão, um padrão estatístico, que descreve uma decisão tomada pelo primeiro rato. Ele está criando uma associação daquele padrão com uma decisão”, explicou o pesquisador brasileiro. “Ele pode estar sentindo um pequeno estímulo tátil, mas é algo que não sabemos como descrever porque não podemos questionar a cobaia”.

“A ligação sugere que poderíamos criar uma rede cerebral, formada de cérebros juntos, todos interagindo”, afirmou o cientista, apressando-se em ressaltar que este será um experimento que será conduzido apenas em animais de laboratório, e não em seres humanos. “Se você conectar cérebros de vários animais, cérebros de ratos ou cérebros de primatas, você provavelmente poderia criar um computador biológico que é uma máquina não-Turing, uma máquina que não trabalhe de acordo com o projeto de Turing de todos os computadores digitais que conhecemos. Seria heurístico, não usaria um algoritmo e utilizaria um processo decisório probabilístico baseado em um hardware biológico”.

Ainda não está claro como o animal decodificador incorpora os sinais do codificador em seu espaço mental, um fenômeno conhecido como plasticidade cortical. “Nós basicamente mostramos que o animal decodificador pode incorporar outro corpo como extensão do mapa que o animal tem em sua próprio cérebro”, disse Nicolelis, acrescentando, no entanto: “Nós não sabemos como isso é feito”.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O Papa tem, além do papado, 8 doutorados

Por: Márcio Clébio

O motivo da renúncia do Papa Bento XVI eu nem me atrevo a comentar, e nem mesmo os próprios cardeais do Vaticano o comentam.

Desde já, se tenho vontade de comentar algo, vou deter-me aos números que o tornaram além de o 'papa que renunciou', um líder que durante os oito anos de papado cumpriu a missão de dirigir, algo quase que indirigível, que é a fé de um povo. E convenhamos, o fez de acordo com seus próprios princípios.

Para isso, passado este tempo à frente da igreja, ele ao 'se demitir' dá provas de que este cargo, embora representando Deus para os seus seguidores, é ocupado por homens, sendo assim um cargo inevitavelmente técnico-administrativo. E tudo isso ocorre justamente na época em que a ciência, o tecnicismo, e a ciberarte exercem uma espantosa influência na massa. Afinal, não adianta santidade sem habilidades técnicas e políticas, e para tal é indispensável a capacidade de atualização permanente. Detalhe, isso não acontece em cabeças intolerantes, rígidas, inflexíveis.

Embora com um discurso voltado para o coitadismo, também em moda nos tempos atuais, ele tem, mesmo que pessoais, motivos nobres para renunciar. Portanto não sai ileso, tampouco sem deixar a marca da sua pessoalidade na igreja. O Santo Papa, Bento XVI, em quase oito anos de pontificado, presidiu 348 audiências gerais, das quais participaram 4,9 milhões de pessoas até dezembro de 2012. O maior número de fiéis foi registrado em 2006, quando houve 45 audiências, das quais participaram mais de 1 milhão de pessoas. Visitou 31 países nos 5 continentes, e realizou 43 visitas pastorais. O Papa tem 8 doutorados:
•1984 Doutor Honoris Causa pelo College of St. Thomas in St. Paul / Minnesota
•1985 Doutor Honoris Causa pela Universidade Católica do Eichstätt
•1986 Doutor Honoris Causa pela Universidade Católica de Lima
•1986 Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Telogia Pontifícia e Civil de Lima
•1988 Doutor Honoris Causa pela Universidade Católica do Lublin.
•1998 Doutor Honoris Causa pela Universidade da Navarra na Pamplona.
•1999 Doutor Honoris Causa pela Uiversidad Livre Maria SS Assunta (LUMSA) em Roma.
•2000 Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Teologia da Universidade do Wroclaw 
o que demonstra sua habilidade técnico-científica. Portanto, Ratzinger, ops! ainda Papa Bento XVI, deixa este papado por motivos que até então desconhecemos, mas com a missão cumprida e sua ideologia pregada.

A sensação é que surgiu, sabe-se lá pelo seu papado ou pela evolução natural da humanidade, uma certa incompatibilidade entre o conservadorismo e o moderno. E não era necessário oito doutorados para perceber o óbvio - não se coloca cabrestos na humanidade do nosso século - então, se alguém tem que mudar, ou melhor, atualizar-se, este alguém é a igreja, pois Deus, continua o mesmo para todos.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A um passo de ter 400 mil médicos, o Brasil atinge taxa de 2 profissionais por grupo de 1.000 habitantes



Foto: CFM
A um passo de ter 400 mil médicos, o Brasil atinge taxa de 2 profissionais por grupo de 1.000 habitantes
Conselhos de Medicina divulgaram novos dados sobre o perfil e a distribuição dos médicos no Brasil 


Por FENAM, no sítio Federação Nacional de Medicina
Nos últimos 42 anos, o total de médicos no país cresceu 557,7% enquanto que a população em geral aumentou 101,8%; a razão médico/habitante também apresentou crescimento significativo.

O número de médicos em atividade no Brasil chegou a 388.015 em outubro de 2012, segundo registros do Conselho Federal de Medicina (CFM). Com este número, se estabelece em nível nacional uma razão de 2 profissionais por grupo de 1.000 habitantes, confirmando-se assim uma tendência de crescimento exponencial da categoria que já perdura 40 anos.

Entre 1970, quando havia 58.994 profissionais, e o último trimestre de 2012, o número de médicos saltou 557,72%. O percentual é quase seis vezes maior que o do crescimento da população, que em cinco décadas aumentou 101,84%. O país nunca teve tantos médicos em atividade, devido a uma combinação de fatores: mantém-se forte a taxa de crescimento do número de profissionais mais rápido que o da população, houve abertura de muitos cursos de medicina, com aumento de novos registros (mais de 4% ao ano), mais entradas que saídas de profissionais do mercado de trabalho, perfil jovem da categoria (baixa média de idade), além de maior longevidade profissional (alta média de anos trabalhados).

A perspectiva atual é de manutenção dessa curva ascendente. Enquanto a taxa de crescimento populacional reduz sua velocidade, a abertura de escolas médicas e de vagas em cursos já existentes vive um novo boom, o que sugere aumento significativo no volume de médicos a cada ano. Entre outubro de 2011 e outubro de 2012, foram contabilizados 16.227 novos registros profissionais.

Da mesma forma, houve aumento da razão de médicos por habitante. Em 1980, havia 1,15 médico para cada grupo de 1.000 habitantes no país. Essa razão sobe para 1,48, em 1990; para 1,72, no ano de 2000; atinge 1,91; em 2010; e chega a 1,95 médico por 1.000 habitantes no ano seguinte. O mais recente levantamento mostra que essa razão, em 2012, já é de 2/1.000. Desde 1980 (ao longo de 32 anos), houve um aumento de 74% na razão médico habitante.

É possível observar ainda que desde 1940, o segmento dos médicos tem mantido uma linha de crescimento continua e bem superior ao do restante da população. Isso fica evidente na análise dos

 números absolutos. Em três décadas - entre 1940 e 1970 -, enquanto a população cresceu 129,18%, o número de médicos passou de 20.745 para 58.994, aumento de 184,38%. Nos trinta anos que se seguiram (de 1970 a 2000), o total de médicos chegou a 291.926, um salto de 394,84%, contra um crescimento populacional de 79,44%. Nos últimos dez anos, até 2010, o efetivo de médicos chegou a 364.757, subindo 24,95% em uma década, contra um aumento populacional de 12,48%.

Um olhar mais aguçado permite ver como estes dados se comportam ano a ano. Por exemplo, em 1982, o crescimento anual do total de médicos foi de 5,9%, enquanto o da população geral ficou em 2,2%, ou seja, quase três vezes superior ao de habitantes. Em 2010, a taxa de crescimento dos médicos alcançou 1,6%, enquanto o da população em geral foi de 0,9% (diferença de 77,8% a mais para o grupo de profissionais).

Mais sete mil médicos a cada ano – Outro fator que contribui para o crescimento do número de médicos, segundo o estudo, é a diferença entre os novos registros de médicos e aqueles que saem, por aposentadoria, óbito e outros motivos, resultando em um crescimento natural dessa população no país. A diferença entre saída e a entrada forma um contingente de profissionais entre 6 e 8 mil novos médicos a cada ano.

O comportamento registrado no Brasil difere do de outras regiões do planeta. Na Europa, o número de médicos que se retiram do exercício profissional é maior por conta da faixa etária mais elevada dos médicos e da tendência de se optar por uma aposentadoria precoce. No Brasil, o grupo de médicos de até 39 anos representa 40,59% do total de profissionais na ativa, indicando uma concentração nas faixas mais jovens – o que sugere um tempo maior de permanência no exercício da profissão.
Fonte : CFM